segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Soy loco por ti, América - Parte III - Adiós, Brasil

Morar na província é isso aí... Se vocês pensam que dividir as ruas com os homo rodapresus é o único problema da nossa vida, estão muito enganados.

Há também a eterna odisseia na hora de viajar: conexão em (brrrrrrrrrrr!) Guarulhos.
Porque o avião atrasou, porque depois que chega está esperando pra taxiar, porque depois de taxiar tem que esperar liberarem o finger, porque depois que liberam o finger (o que, cá entre nós, soa um tanto depravado), tem que esperar porque não tem funcionário pra organizar o embarque, e por aí vai. Ou não vai.

E pior do que não-ir, é não-ir com sotaque de paulista, “meu”.

Mas, como eu ia dizendo, ser mochileiro é padecer no paraíso, no firmamento, no inferno, ou – pior – em São Paulo.

De mais a mais, não seria justo ficar aqui reclamando. Afinal, depois de estabelecer um novo recorde de eficiência aeroportuária naquelas terras (apenas uma hora e meia pra pegar a bagagem e encontrar o balcão da companhia aérea), ainda nos restavam quarenta minutos para o embarque.
Tempo suficiente para atravessar tranquilamente* o aeroporto, de uma ponta a outra, pra fazer uma refeição decente – quem poderia prever se seria ou não a última da viagem? Ou da vida?

Não sei nem como nem por que, mas correu tudo bem, meu bem.

Dali a alguns poucos minutos, estávamos sobrevoando a selva, rumo ao Panamá.


* Preferi, para usar o “tranquilamente”, ignorar algumas poucas cotoveladas em velhinhas, esbarrões de mochila em gringos desavisados, e ombradas naquelas famílias que – só pode ser isso –, sem ter mais o que fazer em casa, vão passear com passos de cágado nos aeroportos.

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