domingo, 19 de dezembro de 2010

Pequena reflexão explosivo-sentimental

Primeiro, o universo. Depois, o mundo. Procariontes, eucariontes, dinossauros. Catástrofes. Gentes, filosofias, religiões, rebeliões, revoluções. Guerras, pazes, amores, desamores. Séculos, milênios. Dezenas de centenas de milhares de milhões de homens e mulheres.

Aí, veio você.

E desde então minha vida é esta procura sôfrega, trôpega, trêfega.
Sinfonia de melodia alucinada, depois da espera de tantos compassos.
Calada, daquela eloquência das coisas simplesmente indizíveis.
Sedenta, da sede que só se mata com saliva e suor (muito suor).

É uma busca de carne, de pele, de pelo, de cheiro. Um sentir de lábios quentes nos ouvidos, de palavras susurradas à alma. É de saudade. É de espera por pensamentos entrelaçados, vidas entrelaçadas, corpos entrelaçados, mãos entrelaçadas.

É não dar a mínima aos dezenas de centenas de milhares de milhões, aos séculos, milênios, às guerras, pazes, amores, desamores, filosofias, religiões, rebeliões, revoluções. Um “dane-se o mundo”.

Que não reste nada, enfim; tanto faz.
Seremos tudo.