segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Carnaval em Salvador - A Saga - Parte I - O Morro do Xixi

O Carnaval é mesmo algo impressionante...
Quando eu era pequeno (sem trocadilhos, seu mau caráter), aprendi com a Tia Teteca que o feriado era só na terça-feira.
Depois, vi que a festa ia mesmo de sábado à quarta.

E demorou um quarto de século para eu entender por que a Bahia se diz a terra do Carnaval.
Porr* ("Mããããããnhe, posso falar palavrão no meu blog?"), você entra num táxi em Salvador, em plena quinta-feira, e vê que já está na bandeira 2.
"Por quê, seu moço?" "Porque já é feriado!"
Sacaram? 5 dias antes da terça-feira, e ninguém mais trabalha!

Pois eu, Hector Pablo Melendez, que não sou brasileiro, mas adoro uma farra, tive que dar um jeitinho lá na academia (sexta-feira é fogo... Ninguém quer perder minha aula de lambaeróbica pós-contemporânea aplicada aos glúteos transversos), e consegui escapar para onde todos querem estar na semana da folia. Ou melhor, no mês da folia!

"Ah! Que bom você chegou, bem-vindo a Salvador..."

Eu mal podia acreditar.
Quinta-feira, e o Carnaval já estava começando... [suspiro]

Agora, era só esperar a Lete - vocês ainda vão ouvir falar muito dela, poucas vezes sóbria -, e partir, catito e pimpão, pra folia.

Opa! Peraí!
Lete, com o seu phD em micaretas veio logo avisando: "Antes, temos que ir pegar os abadás".
Se você não sabe do que estou falando, meu amigo, é bom anotar no seu caderninho.
Põe aí: coluna "Coisas que nunca vou fazer na minha vida". Item 1: Frequentar a Igreja Universal. Item 2: Tentar pegar os abadás no carnaval de Salvador.

Imaginou uma coisa ruim? Não! É pior!
Pra começar: cada abadá - entenda-se: camisa de qualidade inferior, tamanho superior, e pintada com motivos ridículos e patrocínios escandalosos - tem que ser trocado em um lugar diferente.
Com um detalhe para apimentar: o atendente de uma loja NÃO SABE onde fica a outra loja.
Aliás, nem os atendentes, nem os seguranças, nem ninguém!

Mas, enfim, abadás na mão (no caso da quinta-feira, um vermelho escandaloso com letras amarelas ainda mais), banho tomado, gel no cabelo, perfume caprichado, dose extra de desodorante, agora era só partir pro bloco...

Bom, partir é fácil. O problema mesmo é chegar!
Depois de mais de uma hora presos no engarrafamento - o que, no tempo baiano, equivale a 2 minutos e meio, "meu rei" -, era óbvio que tínhamos perdido o bloco.
Ou melhor, metade dele...
Veio uma voz salvadora (agora, pode o trocadilho): "Se vocês correrem até o Morro do Xixi, alcançam o bloco".

Pois bem. Pintem o quadro a seu gosto.
De uma hora pra outra, o tal Morro do Xixi virou o verdadeiro Eldorado!

E veio a recompensa. Uma cena emocionante [lágrimas escorrem]: como num passe de mágica, surgem vários da mesma espécie. No começo, esparsos. Depois, uma multidão de camisetas vermelhas escalafobéticas. Algumas, já ensaiavam o acasalamento... Finalmente, havíamos encontrado o nosso bando.

Começava, ao menos pra mim, o Carnaval de Salvador...

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