terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Carnaval em Salvador - A Saga - Parte V - Dia de festa é véspera de muita dor

Tic, tac, tic, cutuca...

9h30 da manhã.
Nosso herói, Hector Pablo Melendez, sente a ponta de um pé na sua costela.

Tic, tac, tic, tac, cutuca, cutuca...

Talvez, se ele fingir que continua dormindo, o pé impertinente desista.

Cutuca, cutuca...

Pronto. Agora, não tem mais jeito.
Acordado, ele já está.
Resta-lhe apenas fingir-se de morto, e tentar mais cinco minutos de isolamento do mundo.
Tempo - quem sabe? - suficiente para descobrir o que está acontecendo.

A língua passa pelos dentes. Sem dúvidas, há muito uma escova não passa por ali.
Com a mão, ele nota que está deitado no chão.
Todos os ossos do corpo doem. Nenhuma lembrança da noite anterior.
Não é difícil notar que não está em casa.

Hector não tem dúvidas...
Com toda a sua perspicácia malemolente, ele conclui rápido: "Fui sequestrado".

Reunindo os restos de sua força descomunal, ele pula do chão para surpreender os seus malfeitores: "Ráááááá"!

Ao seu lado, de pé, Lete, esquivando-se com um preguiçoso levantar de sombrancelha, solta: "Até que enfim, hein? Você já está dormindo há 47 minutos... É carnaval, êêêêêêê! Vamos pro Aeroclube trocar os abadás?"*.

"Oba! Trocar os abadás?
Será que eles aceitam estes três de ontem, que eu estou usando?"

Pobre Hector... Mal sabia o que esperava por ele.


* Uma lata de energético faz com que Lete fique acordada - importunando - durante aproximadamente 3 dias consecutivos.

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