terça-feira, 16 de março de 2010

Carnaval em Salvador - A Saga - Parte XI - Não quero ver pipoca pular...

Lembra daquela musiquinha? “Pipoca na panela, tcha-rãnanananã, tchananananã, tchananãnananãuuuuuuuuu! Pipoca e guaraná, um programa legal... Só eu e você, que sede que dáuuuuuuuuuuuuuu”.

Pois tenha cuidado!
Porque o jingle não alerta para o perigo que pode ser deparar-se com o mais temido de todos os cereais: a sagaz, temida, sorrateira... Pipoca de Salvador!

Ao contrário de suas congêneres, ela não tem aquele quê de festa-infantil-com-música-da-Xuxa-e-adultos-bêbados-dançando-macarena.
Muito pelo contrário!

Desde que puseram os pés na cidade, nossos amiguinhos foram alertados sobre a tal carnavales salvadoria pipocum: “Meu rei [voz arrastada], se eu fosse você, não sairia da corda sem o apoio do BOPE... Porque a pipoca pode acabar te engolindo”.

Bom... Mas vocês conhecem a Lete, né?
É óbvio que ela, com toda a sua insistência irritan..., digo, seu ímpeto aguerrido, decidiu que tinha que ir para o camarote.“Se ninguém me levar, eu vou sozinha”.
E, ignorando todos os avisos, perigosamente aproximava-se da misteriosa entidade.

Sobrou – claro! – para Hector, que com seu desprendimento e elevado espírito de heroismo, foi obriga..., digo, voluntariamente decidiu acompanhá-la.

E seria demais pedir que o fizesse sorrindo, né?

Mas não é que Lete resolveu reclamar das reclamações de Hector?

Juro púrpadimpádiciço que as palavras dela foram as seguintes: "Se for pra ficar com essa [piiiiiiiiii] de mau humor pra me levar, é melhor [piiiiiiiiii]... Que [piiiiiiiiii]!".

E saiu desaparecendo feito manteiga no meio de toda aquela pipoca, enquanto Hector, desesperado, tentava agarrar-se a um fiapo do abadá da perturb... digo, querida amiga.

Foi só em seu sprint final, depois de derrubar duas velhinhas e tomar mais de uma dúzia de cotoveladas, que Hector finalmente conseguiu agarrar-se à Lete, que, com cara de perdida e assustada, fingia ainda estar zangada:
- Olha, só vou deixar você me levar até lá porque não quero que você fique com peso na consciência, tá? Porque eu poderia [snif] muito bem [snif] ir sozinha!
- Mas Letezinha do meu coração, você estava indo para o lado errado... – dizia carinhosamente Hector.
O que, obviamente, não era suficiente para amolecer aquele coraçãozinho magoado:
- Tá vendo?! Seu grosso [snif]! Se era pra reclamar de mim, era melhor não ter vindo... - berrava ela para um perplexo Hector, enquanto fingia tentar esquivar-se dele, que a mantinha sob controle com a “invencível” força de seu dedo mindinho.

E foi assim, nesse árduo conflito, que Lete chegou, sã e salva, ao desejado camarote.

No dia seguinte, pulando sobre Hector com sua máquina fotográfica, exibia com orgulho as fotos da festa...
A primeira vinha acompanhada de um "Tá vendo meu nariz vermelho nessa aqui, ó? Eu chorei de verdade, viu?". A segunda era embalada a um "Olha só todo mundo me consolando... Dá até pra ver meu biquinho aqui... Viu? Viu?". E todas as outras vinham (aliás, até hoje vem) com o bordão "Foi tudo culpa sua!".

Mas pode brigar, Lete...
Pode brigar, porque o Hector não se importa.
Pra ele, você pode tudo!
Afinal, é pra isso que servem os amigos.

Pra isso e pra se meter na pipoca, é lógico!


(Escrito sob a supervis... digo, com a colaboração de Lete. Especialmente no final.)

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