Chegaram em Pucón como chegavam em todos os lugares: sem pouso certo, sem dinheiro, sem vergonha na cara.
Só que, desta vez, não estavam numa cidade, mas em um vilarejo.
Pararam no único hotel para perguntar o preço.
Acho que era por causa da temperatura (uns 5oC), mas fato é que ninguém queria descer do carro.
Lacerda tomou coragem e entrou:
- Quanto é a diária? – perguntou, meio como quem não quer nada.
- Duzentos dólares.
- Ah! Que ótimo! Espera um instantinho, que eu vou só pegar minhas malas...
Voltou sentenciando:
- Galera, vamos ter que dormir no carro de novo.
Ah, não! Aí já era demais!
Se fosse só o cheiro de desodorante vencido, até ia.
Mas e o frio?
Decidiram ser razoáveis e fazer a coisa mais sábia...
Revezando-se na tarefa, saíram batendo de porta em porta, esmolando um teto.
Afinal, não dava pra descartar a possibilidade de encontrarem alguma velhinha caridosa.
E não é que deu certo?
Na trocentésima investida, conseguiram um quarto enorme, com cobertores quentinhos e água aquecida.
De quebra, ainda podiam usar a cozinha.
Pra comemorar, abriram um vinho.
Tomaram com macarrão.
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