terça-feira, 6 de abril de 2010

Quatro amigos, nenhum destino - Uma aventura no Cone Sul - Parte II - BICampeã!

Noite. Chuva.
Condições perfeitas (cof, cof) para se viajar de carro por sendeiros desconhecidos.

Não fosse o bastante, o poderoso Fiesta de Shmaicols ainda era equipado com uma película que excedia, em muito, os limites da lei. O carro era mais ou menos como um Fernandinho Beira-Mar dos insulfilms.

Resultado: o piloto acabava sempre tendo que dirigir com a cabeça pra fora da janela.

Se a cena fosse só ridícula, eles com certeza teriam continuado.

Mas depois de teram sido quase sugados por um par de abismos, foram obrigados a lidar com o problema.
Pararam no posto de gasolina e começaram – primeiro rindo, depois blasfemando – a tirar a $%^#$%!.

Passada quase uma hora, só tinham conseguido arrancar, além das próprias unhas, uma meia dúzia de pedaços ínfimos do plástico preto.
Foi então que uma alma – que, dado o breu em que se encontravam, só pode ter sido iluminada pelo micro-orifício conquistado a duras penas – teve uma ideia que revolucionaria toda a indústria do tunning automotivo mundial.

Aposto que vocês nunca repararam, mas a tampa da Caneta BIC foi desenhada especialmente para a tarefa.
Teste-a no seu pára-brisa, e você verá que eu não minto.

De uma hora para a outra, o suplício virou uma festa.

Para resolverem a briga sobre quem ficaria com a tampa, estabeleceram um desafio: aquele que arrancasse o maior pedaço ficava com a relíquia. De quebra, ainda levava uma maria-mole mordida que haviam encontrado embaixo do banco do carona.

E foi assim, brincando feito crianças, que nossos amigos viram de verdade, pela primeira vez, as estradas argentinas.

Inebriados, viram os primeiros dos muitos, muitos, muitos metros que iriam percorrer por lá.

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