domingo, 18 de abril de 2010

Quatro amigos, nenhum destino - Uma aventura no Cone Sul - Parte XIII - Chinchu-quê?

Faltava ainda encher o bucho.
Decidiram que, depois de toda aquele tensão, mereciam algo mais requintado do que macarrão...
Desde que, é claro, coubesse em seus micro-orçamentos.

Placa atrás de placa, apareciam os anúncios: “Parrillada – 8 pesos”, “Parrillada – 7 pesos”, “Parrillada – 6 pesos, para 5 personas”.

Não faziam nem ideia do que era a tal.
Mas o dicionário serve pra isso mesmo, né?

Não tinha “parrillada”, mas tinha “parrilla”.
Estava assim: “par-ri-lla: churrasqueira”.

Pensaram:
- Uau! Realmente, a Argentina é a terra do churrasco... Comer um churrasquinho por 6 pesos? Maravilha!

Acharam que iam se fartar.
Até cogitaram largar os pacotes de macarrão que ainda guardavam, pra só comer carne até o fim da viagem.

Na próxima placa, tchum. Entraram.

Quanto o prato chegou, todo mundo olhou meio desconfiado.
Uns formatos esquisitos, cores escuras, mais moscas que de costume...

Hector conseguiu catar, naquele amontoado de carne, uma que parecia uma orelha.
Pasmem, mas era a peça mais apetitosa.

Decidiram, então, perguntar o que era maminha, o que era picanha, o que era alcatra... Essas coisas que, efetivamente, deus botou no mundo para serem comidas.

O garçom, muito sorridente, dizia “chinchulin”, “chinchulin”, enquanto apontava para o pedaço mordido no garfo de Hector, que mastigava ainda meio desconfiado.

Lacerda, então, tentando dar um fim ao impasse idiomático, apontou para as próprias nádegas perguntando “chinchulin?”.
Com isso, tentava saber se aquele chinchu-não-sei-das-quantas significava “picanha”.

“No!” – disse o garçom.

E, apontando pra dentro da barriga, como que para indicar o intestino, dizia “chinchulin”!

Hector cuspiu.
E aí, foi chinchulin pra tudo quanto é lado...

Acabaram comendo macarrão, que é muuuuuuito mais seguro.

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