Foi em Córdoba que se notou pela primeira vez aquele hábito esquisito.
Todo mundo andando, e, de repente, Jajão soltava uma risada.
Paravam pra conversar, outra risada.
Olhavam o mapa, mais uma risada.
Depois de um tempo, todo mundo passou a achar normal, e nem se perguntava mais o porquê.
Afinal, não era a única esquisitice.
E foi assim que, durante quase toda a viagem, ignoraram que estavam correndo um seriíssimo risco.
Só depois de muito se foi descobrir o porquê da excentricidade.
Jajão é um amante das – segundo suas palavras – “fotos espontâneas”.
Explico: todo mundo já sabe que ângulo mais lhe favorece.
Então, na hora do retrato, levanta o nariz, vira o rosto pra esquerda, abaixa a sobrancelha, ri pro lado direito, e assim vai.
Vê se alguém pensa: “Vou bater uma foto tirando meleca, pra revelar como sou eu no dia a dia”?
Até aí, tudo bem. A gente aceita...
Legal a ideia de bater fotos em poses não planejadas.
O problema era como ele a executava.
Tascava o dedo no botão do timer, e largava a máquina em qualquer lugar.
Esperava dez segundos, e soltava a gargalhada.
O negócio era tão grave que, uma vez – e foi aí que descobriram a peripécia –, ele deixou a câmera do outro lado de uma avenida movimentadíssima.
Resultado: ela largada lá, do outro lado, dando sopa pra todo mundo que passava, e eles tentando atravessar a rua para resgatá-la.
Pena que ninguém bateu uma foto nessa hora.
O desespero foi bastante espontâneo.
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