sexta-feira, 18 de junho de 2010

Eu?Ropa! - Parte XLVII - "Boêmio e intelectual aventureiro"? Quem? Eu?

Qualquer ser humano minimamente instruído já ouviu falar em Marx.
Muitos sabem mais ou menos de quem (ou do que) se trata.
Só algumas centenas conhecem, de fato, os seus pensamentos.
Meia dúzia leu "O Capital".
Ninguém no original.

Mas a verdade é que, no mundo ocidental - com maior furor nas faculdades de História, Sociologia, Filosofia e congêneres -, a babação de ovo é generalizada.
Marxismo pra cá, marxismo pra lá, blá, blá, blá...

Tem gente que até perde os cabelos discutindo quem segue melhor as teorias do Karl ("Kaká", para os íntimos): se o trotskismo, se o stalinismo, se o melenderismo (ok, ok; esta última eu inventei).

Até aí, vá lá.
Mas, acreditem ou não, tem quem o faça sóbrio.

Fato é que, por aqui, questionar o Kaká (Marx, não o jogador de jeito afeminado) pode ser mais perigoso para as reputações do que urinar na batina do papa em plena missa do galo.

Uma vez, por exemplo, vi um pobre coitado perguntar, inocentemente: "Ué? Mas o Marx não disse que a revolução ia acontecer na Inglaterra?".

Foi expulso da roda de discussões sob vaias, protestos e xingamentos da pior espécie.
Os ânimos só foram amenizados quando um sujeito mais exaltado tascou um grito de "democrata", no que foi também imediatamente excluído da conversa sob a opinião unânime de que "pegara pesado".

Bom, a verdade é que o Kaká não goza no Oriente dessa mesma reputação sacra.

Uma placa em Praga, por exemplo, anuncia que: "A prática do terror revolucionário e da ditadura do proletário foi justificada pelos comunistas por uma alegada irrefutabilidade das teorias 'científicas' de Karl Marx, o boêmio e intelectual aventureiro, que começou sua carreira como um poeta romântico com uma inclinação para o apocalipse titânico. As tentativas de execução das teorias marxistas custaram, de acordo com estimativas contemporâneas e menores, cerca de 100 milhões de vítimas humanas".

Aliás, mudando de assunto, "alegada irrefutabilidade", "apocalipse titânico", "milhões de vítimas humanas"...
Não sei por que, mas isso me lembra alguma coisa...

Bem, melhor deixar pra lá.
Afinal, ninguém quer ir pro inferno, né?

2 comentários:

  1. Interessante, hein... Essa não é uma "placa" qualquer. Onde fica em Praga? No meio da rua?

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  2. Fica no Museu do Comunismo...
    Mas, pelo que pude perceber, é um pensamento generalizado.

    O ódio pelos russos e por tudo que remete ao socialismo é patente.

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