quinta-feira, 8 de julho de 2010

Não esqueço...

Psssssssssssssssssst!
Escutem.

O dedo fere a corda.
Antes que dê tempo de pensar, algumas outras.

Quebrando a sequência, o polegar arrasta com ele duas, três, quatro notas.

Surge uma batida indolente.

Vira uma batalha: um ataca os agudos melódicos, outro descansa preguiçoso na harmonia precisa (em todos os sentidos).

O céu!
Daqui não saio.

Quem ganha? Ninguém.
Um depende do outro pra ser perfeito.

Até que harmonia e melodia param para a entrada triunfante da flauta.
E ela não se faz de rogada.
Destila um som doce que não faz enjoar.
Mais, mais, mais... Mais!

A vida é bela, o mundo é perfeito.
Não pode ter defeitos um lugar em que se pode ouvi-la.

Que covardia!

A mesma música.
Pode até ficar esquecida um tempo, mas sempre volta.

E todas as vezes causa o mesmo impacto: condena-me a um insistente e prazeroso "repeat".
Não fala nada, mas diz muito.

Consegue em algumas notas o que eu não posso com infinitas palavras.

"Inesquecível".

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