domingo, 4 de julho de 2010

Aeroportos

Há mais solidão no aeroporto que num quarto de hotel barato.

Sinto agora isso na pele...

5h21, domingo, aeroporto.
Aguardo. Em breve, estarei a caminho de casa.

"casa"...

Uma palavra com tantos sentidos. 

Volto.

Mas o que encontrarei por lá?
Assusto-me um pouco.

O que encontrarei?
Tremo.
Temo.

Provavelmente, as mesmas coisas, as mesmas pessoas.
Mas sinto que, desta vez, tudo será diferente.

Não sei exatamente o motivo.

Ou melhor, foram tantos motivos - todos decorrentes direta ou indiretamente de uma mesma causa - que não me sinto capaz de eleger um único.  

Sem conseguir fugir do clichê (não criado por mim, mas adotado por amado à primeira vista), digo que voltar é partir para outro lugar.
 
Foi uma revolução. Talvez a mais forte, talvez a primeira.
O que importa é que hoje me sinto diferente de tudo que já fui antes.

Dispo-me, mais do que nunca, da minha casca. 
Não sei se bom ou ruim, mas "eu"...
E é esse "eu" que eu próprio começo a descobrir.

Há tantas coisas assim com que valha a pena se importar?
A impressão que me dá é que agora, pra mim, são dez vezes menos coisas dez mil vezes mais importantes. 

Ai!
Tenho tanto medo de voltar como tive de partir.

Tudo isso porque, no fundo, receio uma vida que será a minha própria, e da qual não posso me precaver. Não sei como ela é. Não sei como sou.

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