terça-feira, 10 de agosto de 2010

Ideias

É foda.

Estou na rua, e pá: vem uma ideia, dessas geniais.

Tento fazer uma anotação mental.
Começo até a rabiscar alguma coisa, mas é só o tempo de o sinal abrir, e pronto: já não lembro mais de nada.

Ideias são voláteis; tomem cuidado.

Acontece mais com a escrita.
Nem tanto com os assuntos, grosso modo.

Aparece algo que me faz dizer, em voz baixa: “Putz! Isso tem cara de Nobel”.
Dez segundos depois, me pego pensando se aquele frango que está na geladeira desde semana passada ainda dá um caldo.
E cadê que volta o lampejo?

Necadipitibiriba!

Aí vocês – pobres coitados – acabam sendo obrigados a ler este tipo de porcaria.

É sério!

Juro que no domingo, voltando pra casa, imaginei um texto pra falar exatamente sobre isto aqui.
Metalinguagem de primeira, sabem? Futuro exemplo de livro de ensino médio...

Até imaginei o Veríssimo balançando a cabeça e pensando, admirado: “Esse cara tem potencial! Quem sabe daqui a duzentos anos...”.

Porém, como numa descarga cerebral, tudo por água abaixo.

Ai, ai...
Resta apenas catar estes restos que por sorte ficaram grudados no córtex.

E torcer – sempre torcer! – para que eu esteja preparado quando uma nova lâmpada brilhar sobre a minha cabeça.

2 comentários:

  1. Hermano, não se preocupe! Isso não acontece apenas com você!

    Quantas idéias bacanas surgiram durante minhas caminhadas na esteira e, apenas por olhar um gatinho que passava na minha frente, essas idéias todas se foram!! Sumiram completamente como se nunca tivessem existido!

    Deve ser o mal do século (ou culpa de nossas farras, nos fins de semana)!!

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  2. Que comentário gay, hermana!
    Você, realmente, está muito mudada...

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