segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Quebra minha Canoa - Parte IV - Busca implacável

A cidade...

Não há um mapa sequer sobre ela. E nunca haverá!
Suas ruas são tão confusas que ninguém se surpreenderia se encontrasse um minotauro por lá.

Mas era tarde demais.
Muito mais importante que sua vida, era a moral de Hector que estava em jogo, a sua ilibada reputação.

As meninas olhavam para ele com aquele jeito de “Oh!, herói! Se não fosse você, quem iria nos garantir uma picanhazinha mal passada, uma asinha de frango, um pão de alho bem tostado?”.
Digam tudo que quiserem sobre ele, mas jamais neguem que Hector é o sensível dos sensíveis quando a causa é dessas dignas de fazer chorar.

Lançou-se à empreitada com a sede de quem sabe que vale a pena morrer por algo sem o que não vale a pena viver.

Embrenhando-se no labiríntico desafio, foi, casa a casa, pessoa a pessoa, perguntando pelo “Seu Manel”.
Usaram todo tipo de subterfúgios para confundi-lo: estaria procurando o Manel pescador ou Manel catador de mariscos?
Hector, sempre forçando seu sotaque italiano, respondia: “Você sabe muito bem quem eu procuro: o Seu Manel do carvão!”.

A confiança era a senha para ouvir um “terceiro beco à esquerda” ou “segunda à direita, primeira à esquerda, dá meia volta, pula o muro, corre do cachorro, passa por baixo da cerca, e pergunta no Cabeleireiro da Pituxa”.

Foi de dica em dica que chegou ao quartel general.

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