Uma hora, o momento tinha que chegar. E chegou.
O carro corria as autopistas, e eu revia, relembrava, reconhecia os taxistas mal humorados, as placas, os bairros, os prédios avarandados e desengonçados, as estórias.
Buenos Aires.
Já fazia dois anos, mas eu estava de volta.
Há quanto tempo pisei aqui pela primeira vez?
Mais que cinco, menos que dez anos; algo nesse espaço.
Um tanto mais jovem, muito menos conhecedor da vida.
Alguém melhor, talvez. Provavelmente. Com certeza.
Puyerredón, Jujuy, Catamarca...
O carro para no pedágio, e eu me lembro daquela vez em que ficamos presos aqui na entrada de La Boca, sem dinheiro para pagar o pedágio.
Eu e um irmão que não está mais aqui comigo.
Mesmo assim eu rio.
Rio um pouco mais do que ri naquela hora.
Rio agora por mim e por ele.
Buenos Aires tem cheiro de saudade.
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