quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Uma pequena crônica sobre a crônica

Em primeiro lugar, me perdoem pela ausência.
Passei estes últimos dias trabalhando em um assunto mais (a)palpável que o blog: juntar a este sorriso talhado um corpo sarado. No caso, o meu.

Mas não vou enchê-los com aqueles papos interessantíssimos de academia: “Pô! Você levanta quantos quilos no supino?”

Meu deus! Por que é que estou falando sobre isso?
Não tem absolutamente nada a ver com a real intenção deste post.

Voltemos ao assunto.

Hoje, atrasando um pouquinho meu compromisso diário mais importante, decidi assistir a um pedaço da participação do Arnaldo Bloch num programa de tevê.
Comecei a ver porque uma coincidência me chamou a atenção: o título do livro dele, Irmãos Karamabloch, é uma paródia escancarada exatamente daquele que eu estou lendo (não agora; agora estou escrevendo).

Bem, comecei por isso, mas continuei porque ficou interessante.

“Eu sempre sei que vou terminar uma crônica”.

E realmente é verdade...

Neste sentido, "cronicar" é muito mais fácil do que romancear.
Pega um assunto, vai escrevendo o que vem à cabeça, e voilà...
Não precisa se dar ao trabalho de fazer a parte chata. Criar perfil psicológico de personagem, ambientação, emaranhado de estórias, etc, etc, etc? Deixemos isso para eles, e vamos ao que interessa!

Mas há também um lado infinitamente mais complexo: como criar emoções num espaço tão curto (às vezes, no tempo de uma ida ao banheiro ou da saída do chefe para um cafezinho)?

E aí está toda a graça da crônica, e é por isso que eu a prefiro aos romances.
É também o motivo por que ela só tem valor se for intensa, se interessar da primeira à última linha, se for um tapa na cara (no bom sentido) do leitor.

Só assim é que, mesmo nesse espacinho de poucas linhas, consegue fazer rir, pensar, às vezes até chorar.

Se não for hiperbólica, não tem graça.
Nem na literatura, nem na vida, aliás.

Mas agora eu fiquei curioso: quanto é mesmo que você pega no supino?

4 comentários:

  1. E não é que eu ia te fazer exatamente essa pergunta!

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  2. Seu nome é o correto para você.
    Você tem cabeça de Hector.
    ... mas eu também me convenceria com João.

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  3. Setenta. Em cada um. De costas. Mas isso quando eu ia à cadimia. Outros tempos.

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  4. Caceta, Aldir!
    Que sacanagem! Roubou minha resposta...
    Você se importa se eu apagar o seu comentário?

    E o que quer dizer que tenho cabeça de Hector?
    Isso foi um elogio ultravelado ou uma ofensa escancarada? rs

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